segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Sabemos o que é Caridade???

Olá, queridos amigos!!!


Desde que me entendo por gente, convivo de perto com o que a formação Cristã chama de Caridade.

Mas, será que realmente sabemos o que é esta palavra significa???

Veja bem, não estou falando de esmolas dadas na rua ou na igreja, ou aquelas moedinhas que a moça do caixa praticamente "empurra" sua mão sutilmente para doar no cofrinho de uma instituição beneficiente.

Segundo definição dada pelos dicionários, a caridade é um sentimento ou uma ação altruísta de ajuda a alguém sem busca de qualquer recompensa.
Estou falando da relação do homem com seu próximo, de se doar... Aquela atitude de compaixão que hoje é tão rara de se ver...

Mas, o motivo deste post é dividir com vocês um fato que presenciei na semana passada: uma cena me fez repensar esta atitude...
Estava terminando de jantar com meu marido em um shopping. Era o início da semana e tínhamos acabado nossa atividade física na academia. Eu só pensava em jantar, chegar logo em casa e descansar!
Pouco antes de levantar da mesa e ir embora, percebi que uma senhora com o rosto deformado (não consegui identificar exatamente o que tinha em seu rosto) pedia dinheiro às outras pessoas que estavam comendo na praça de alimentação. Lembro-me de pensar que não demoraria muito para os seguranças intervirem naquela situação, pois já vi outras cenas semelhantes em outros shoppings de São Paulo.

Ao passar perto da mesa em que a senhora se encontrava naquele momento, percebi que um jovem que havia acabado de se sentar para comer, o prato ainda intocado, abriu a carteira, retirou uma cédula e entregou àquela senhora de expressão sofrida. Na hora pensei: "Ah, não acho certo oferecer dinheiro assim!". Mas, continuei andando e observando a cena.

Ao receber o dinheiro, a senhora fez um gesto de agradecimento e foi se retirando, com o intuito de abordar a mesa seguinte, acredito eu... Contudo, em questão de segundos, a senhora com uma expressão de surpresa voltou-se para o rapaz! Ela parecia estar com a intenção de alertá-lo quanto ao "engano": ele havia lhe dado uma nota de R$ 50,00. Ainda com a carteira na mão, ele respondeu: "Pode ficar! É um presente...", ele fazia um gesto com a mão para ela aceitar o dinheiro.
Esforcei-me para ouvir o que ela respondia, mas só percebi que insistia muito em devolver o dinheiro para o rapaz. Ele sorria de forma serena e continuou a repetir que o dinheiro era um presente para ela.
(Confesso que neste momento fiquei tímida ao estar parada diante dos dois, esperando o desfecho da história e continuei andando em direção à saída. Mas percebi de relançe que ela aceitou enfim o dinheiro e o rapaz iniciou a sua refeição com a mesma calma com que se sentou, minutos atrás.)

Aquela cena me tocou profundamente e, enquanto seguíamos para pagar o estacionamento, comecei a chorar em pleno shopping...

Pensei primeiro na generosidade (ou seria caridade?) do rapaz: um jovem que aparentava menos de 30 anos, não ostentava nada de luxo, nem roupas, nem sacolas caras, mas possuía uma expressão de paz e serenidade. Um rapaz que teve minha "desaprovação" no momento que abriu a carteira, mas que fez meu coração se encher de emoção ao dizer aquelas palavras tão simples: "Pode ficar, senhora... É um presente."

Em seguida, a reação daquela senhora de rosto estranho foi totalmente surpreendente para mim: a preocução em alertá-lo sobre o valor que acabara de dar e insistir para o jovem aceitar o dinheiro de volta me atingiu em cheio como uma lança!

A expressão "uns com tanto, outros com tão pouco" nunca se mostrou tão palpável para mim como naquele momento...
Porém, o que exatamente sobrava ali, ambos possuíam: generosidade.
Talvez ele fosse rico (ou não) e ela muito pobre (ou não), mas um não hesitou em ajudar o outro com o que imaginou que seria o "correto" a fazer. 

"Caridade: Doar-se sem egoísmo, sem esperar recompensa".

Inevitavelmente algumas perguntas invadem meus pensamentos: simplesmente a pobreza ou a riqueza traduzem quem realmente somos? O dinheiro que nos sobra ou que nos falta determina o nosso caráter e distingue a maneira como devemos agir com o nosso semelhante? Acho que a senhora e o rapaz provaram que não.

O que temos de pouco ou de muito tantas vezes nós multiplicamos para outras pessoas: seja nosso tempo, nossos ouvidos, ou ainda uma ajuda financeira ou qualquer outro bem material...
Meu coração se lamenta ao pensar que tantas outras pessoas "se privam" de se doar...

Contudo, concluo que o ser humano é em sua essência um espécie inesgotável de amor, talento e generosidade. E por que não chamar de caridoso?

Mais caridade...É o que eu desejo...
Contudo, não a caridade de "doação de cachê", afinal, nestes casos, o contribuinte do Imposto de Renda agradece...
Mas aquele sentimento onde quem doa é quem parece ser o maior beneficiado: ganha a oportunidade de ser uma pessoa melhor para si mesmo e para o mundo. E isso, como diria o velho jargão comercial, não tem preço!!!

(Até eu ganhei meu dia ao presenciar o que relatei aqui. Isto é que o verdadeiro poder da Caridade).

Uma ótima semana a todos!!!

Beijos!!!!